14 anos; era
essa a minha idade quando oficialmente comecei a me envolver diretamente nos
trabalhos eclesiásticos. Teatro, música, juventude, basicamente foram essas as
áreas nas quais me alistei, sendo instruído desde sempre a “buscar a excelência”
em tudo que fizesse, pois, pelo menos em tese, “era pra Deus”.
O discurso, o
qual até hoje estive de acordo, sempre foi fundamentalmente o mesmo: “O mundo sempre procura fazer o melhor, nós
também devemos fazer”; ainda que não sejam exatamente essas palavras, esta
é a ideia fundante dos discursos que se derivam em torno desta questão.
Há algum tempo
tenho me perguntado: O que é excelente para Deus? Os padrões de excelência do
mundo são os mesmo do Reino? Busco o excelente para Deus ou para mim mesmo?
Ainda que eu
concorde que, tendo a disposição recursos e pessoas, devemos sim buscar fazer o
melhor, tenho entendido (não por mim mesmo, mas pela graça de Deus e instrução
do Espírito Santo) a excelência na obra de Deus por outro ângulo, tendo por
base o seguinte texto:
“Portanto,
quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a
glória de Deus.” (1Co. 10:31)
O que entendo
hoje é que, se quisermos fazer algo excelente, o nosso foco deve estar em fazer
para a glória de Deus. Se queremos uma peça de teatro excelente, não importa se
teremos a nossa disposição um elenco profissional e um cenário espetacular ou
apenas uma cadeira e duas pessoas que mal conseguem decorar um texto, a
despeito destas coisas, creio que haverá excelência se fizermos para a glória
de Deus. Se buscamos um período de louvor com cânticos feito com excelência, acredito
que canções entoadas a capella (não
por técnica, mas por falta de recursos mesmo) não são menos excelentes que 10
instrumentistas e um coral completo, se estas canções forem entoadas para a
glória de Deus.
Infelizmente,
somos uma geração marcada pela busca incessante de emoções e sensações cada vez
mais fortes; cada vez mais as igrejas tem de se contorcer em ideias
mirabolantes para prender a atenção das pessoas a atraí-las para seu rol de
membros. Não serei hipócrita e dizer que não gosto de ouvir uma música bem
tocada e cantada, é claro que gosto (quem não gosta?), mas ao ler sobre os
cristãos ao longo da história, vejo que eles não dispunham de tantos recursos,
e nem por isso deixaram de desenvolver seus ministérios com excelência.
Por que
julgamos que um culto que tenha apenas dois hinos entoados e uma pregação fiel
da Palavra seja menos excelente que um culto que tenha dezenas de músicas
tocadas com maestria, além da presença de um pregador “pop”? Temo que a busca
por excelência tenha se tornado em busca por sensações e vanglórias, temo que a
produção de eventos tenha tomado o lugar do culto a Deus, temo que a busca pelo
prazer momentâneo tenha usurpado o lugar da sede pela Palavra nos corações dos
professos cristãos de hoje.
Que sejamos
constantemente lembrados de que a excelência na obra de Deus não está em
fazermos aquilo que achamos que é o melhor segundo os padrões deste mundo, mas
sim em fazermos todas as coisas segundo a Palavra de Deus e única e
exclusivamente para a Sua glória.
Inté mais...